sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Textos: Coerência textual e Trovadorismo (10/08/2012)

Meus queridos alunos do Ensino Médio, peço que imprimam estes dois textos que deixo em 10/08/2012.
O primeiro refere-se à aula de redação de hoje, trata-se de Coerência Textual ( leia-o  com atenção e cole no seu caderno de Redação, este tópico será muito útil na construção de suas futuras escrituras redacionais, valorize-o). 
O segundo texto refere-se à aula de Literatura da próxima quarta feira, dia 15/08/2012.Peço que leia o texto, procure grifar os tópicos principais, cole-o no seu caderno de Literatura e traga seu livro para que iniciemos o novo capítulo "Trovadorismo" ( se puder pesquise rapidamente sobre  Idade Média e também sobre a Ascensão e queda do Império Romano que redundará na formação da Península Ibérica) 

Deixo também nossos compromissos para a próxima semana de aula, quais sejam:

a) Segunda, dia 13/08/2012, tarefa de Gramática (exercícios do capítulo  FONOLOGIA para correção em sala).

b) Quarta, dia 15/08/2012 ler, imprimir e anexar no caderno de Literatura o texto Trovadorismo, abaixo. Não esquecer o livro.

c) Sexta, dia 17/08/2012 entregar exercícios do capítulo "Coerência Textual" do Livro Práticas de Linguagem, para correção em sala e entrega da segunda redação do mês.

A todos, bons estudos e ótimo final de semana.


Bj grande,Cleide





                           AULA DE REDAÇÃO ( 10/08/2012)

          CAPÍTULO 6 LIVRO PRÁTICAS DE LINGUAGEM

                             COERÊNCIA TEXTUAL



·         O texto é um encadeamento de ideias. É criado sempre com uma intenção, seja de informar, narrar,explicar, convencer, etc.

·         O texto não é uma sucessão de palavras, é um todo organizado, capaz de estabelecer contato  com o interlocutor.

·         Todo texto decorre  de um mecanismo  de articulação, são diversos segmentos, todos relacionados.

·         O encadeamento de ideias pressupõe que não haja contradição entre os vários segmentos, um deve suceder o  outro formando uma cadeia harmonicamente concatenadas.Esse sertã um texto coerente, não há contradição.

·         Deve ser coerente também com o contexto extra verbal, aquilo que o texto faz referencia.

·         É a coerência que dá sentido ao texto, ela se manifesta no plano das ideias, dos conceitos, enquanto que a coesão se manifesta no plano linguístico, ou seja, nas relações semânticas.

·         A COERÊNCIA  É A LIGAÇÃO DE IDEIAS



EXEMPLO DE TEXTO COERENTE E INCOERENTE

 TEXTO INCOERENTE

Apesar dos benefícios, nem sempre os derivados de soja são a opção mais saudável. Na hora de fazer frituras, vale a pena trocar o óleo de soja pelo azeite de oliva. A manteiga leva vantagem, sobre o azeite de oliva. Esse derivado do leite é rico em gordura saturada, que tem um efeito perverso no sistema circulatório. Ela aumenta a taxa de colesterol ruim e reduz o nível do bom (HDL).Assim, facilita a agregação de placas nos vasos sanguíneos, contribuindo para problemas como o infarto.



 TEXTO COERENTE

Apesar dos benefícios, nem sempre os derivados de soja são a opção mais saudável. Na hora de fazer frituras, vale a pena trocar o óleo de soja pelo azeite de oliva. O AZEITE DE OLIVA leva vantagem, sobre A MANTEIGA. Esse derivado do leite é rico em gordura saturada, que tem um efeito perverso no sistema circulatório. Ela aumenta a taxa de colesterol ruim e reduz o nível do bom (HDL). Assim, facilita a agregação de placas nos vasos sanguíneos, contribuindo para problemas como o infarto.

COESÃO: A coesão é a união íntima das partes de um texto. É necessários unir as partes, afinal um texto  é uma unidade.

A coesão aparece para: retomada de elementos e para encadeamento de segmentos do texto.

EXEMPLO DE TEXTO COM ELEMENTOS DE COESÃO:

Pode-se argumentar, ainda que, o interesse dos EUA é circunstancial. O governo norte americano teria dois objetivos, criar condições favoráveis à missão de paz de seu enviado à região do conflito e obter apoio árabe para um eventual ataque ao Iraque.

Nada disso, porém, deveria minimizar a importância da resolução. Afinal, ela foi bem recebida por ambos os lados. Não é o caso, por outro lado, de alimentar expectativas de que a resolução da ONU, por si, contenha a onda de violência que dura 17 meses.

Ainda que: ideia de  adição

Por outro lado =contradição

Afinal= como conclusão

Nada disso, porém= circunstância de adversidade/ algo a respeito  já foi expresso antes.

Esses elementos de coesão servem para adição, resumir, explicar, concluir, mostrar opostos.

São eles: pronomes, preposições, locuções, até substantivos. Servem para unir as partes do texto e dar sentido à união.   

Coerência Argumentativa:

Em texto dissertativo apresenta-se dados, opiniões, que defendem uma ideia, para isso, necessita-se de parágrafos concatenados, todos contribuindo para o a defesa da ideia inicial. Isso se chama “coerência”.

Neste gênero textual, normalmente discute-se temas polêmicos, que dividem as opiniões. Ex: aborto, pena de morte, redes sociais.  Não importa, firme sua tese e defenda-a com argumentos convincentes através de parágrafos que se interligam e colaboram  para a defesa da tese escolhida.

Coerência Narrativa:

Em narração atribuímos ações às personagens, essas ações para serem coerentes devem seguir uma temporalidade, sem haver contradição.Se a personagem saiu de casa sem o seu talo de cheques e dissermos que ela pagou  a conta com cheque  seria uma incoerência.

Atentar para que a personagem esteja de acordo com  suas características. Ex um personagem que não gosta de animais e tem vários bichinhos de estimação, é incoerente.

Coerência descritiva:

Quando descrevemos apresentamos o retrato verbal de pessoas, lugares, objetos, etc. Neste caso as figuras utilizadas deverão ser coerentes com a cena descrita Ex: um funeral, imagens do preto, tristeza.

                                  


                                 AULA DE LITERATURA  (15/08/2012)

                                               TROVADORISMO

                             (Século XII- XIV até o início do século XV)

Primeira  Escola Literária  de Portugal- Marco inicial do Trovadorismo  poema Guarvaia mais conhecido como A Ribeirinha (1189-ou 1198) de Paio Soares de Taveirós.

Panorama Histórico:

Com a queda do Impér4io Romano (476 a. C.) e invasões bárbaras na Europa iniciou-se a Idade Média.

A população refugiou-se no campo (feudos) nos domínios de grandes propriedades rurais. Os senhores feudais (antigos aristocratas, membros poderosos do clero e descendentes de bárbaros conquistadores) permitiam a instalação  do povo humilde em suas terras como servos, em troca de prestação de serviços e tributos e deveriam obedecer seus senhores em troca de proteção.

A função social da aristocracia era o caráter militar e a formação dos jovens da nobreza era a formação de cavaleiros ( guerreiros a cavalo)Entrar na ordem da cavalaria era privilégio que todos almejavam. N a formação do cavaleiro incutia-se o ideal heroico, constituído de honra, coragem e lealdade. Recebiam instruções no manejo com as armas.

Mas na Idade Média o ideal de nobreza era totalmente atrelado à religião. A igreja foi a força cultural da Idade Média, a ela coube a tarefa de explicar o mundo a través do Teocentrismo.

Segundo o Teocentrismo há uma ordem  perfeita e imutável no universo e na sociedade e essa ordem provém de Deus, que é o centro de tudo - portanto, tudo deve se voltar para Ele- o que justifica colocar os bens espirituais acima dos materiais, cultivando valores cristãos.

A Literatura Medieval expresso o espírito cavalheiresco(  valores aristocráticos e cristãos) como se vê nas novelas de cavalaria e na poesia trovadoresca.

NOVELAS DE CAVALARIA: Produção em Prosa

Composições narrativas em prosa que celebram feitos de armas de heróis exemplares como o rei Arthur enaltecendo virtudes guerreiras e morais de acordo com o ideal cristão.

POESIA TROVADORESCA: Produção em Versos

Expressão mais alta do lirismo europeu, anterior a Dante e Petrarca.

O Amor Cortês:

Nas cortes de Provença desenvolveu-se uma cultura atenta à natureza e voltada para a valorização do sensual, do amor e da mulher. O amor nunca havia sido tratado como o centro da vida como foi na poesia dos trovadores e dos jograis.

Nessa poesia o jogo amoroso obedece a determinadas regras que reflete o comportamento da corte feudal. “Amor Cortês”. Destaca-se a ponderação, não falar o nome da mulher amada ( que era casada). Esse amor adúltero destoava da moral católica teocêntrica. O trovador apaixonado presta vassalagem à senhora amada, inatingível. A vassalagem amorosa metaforiza a relação que definia os vínculos hierárquicos feudal.

Música de Palavras:

A característica estrutural da poesia trovadoresca é a fusão da palavra com a música. Os poemas eram escritos para o canto.

Trovadorismo Galego Português:

Vigorou em Portugal no século XII ao XIV no período do reinado da Dinastia de Borgonha (1ª Dinastia)

Portugal separou-se de Castela em 1128 após a guerra que D. Afonso Henrique enfrentou e venceu sua mãe, Dona Tareja, representante de Castela. Tornou0se D. Afonso I e Portugal foi reconhecido reino independente em 1179.

Portugal distinguiu-se dos outros países por apresentar um rei com poder político forte e pelo desenvolvimento da burguesia e do comércio, mas Portugal, como os outros países da Europa era marcado pelo teocentrismo e pela cavalaria, contudo, o jovem reino desenvolveu formas originais de cultura especialmente poesia.

As produções dos trovadores lusitanos estão reunidas em Cancioneiros como:

- da Ajuda

-da Vaticana

- da Biblioteca Nacional

- e o Cancioneiro de Santa Maria: com 400 composições de D Afonso X, chamado “O Sábio”, esse cancioneiro também possui narrativas sacras referentes à Virgem Maria), os outros cancioneiros são composições profanas, do gênero lírico ou satírico atribuídos a trovadores e jograis do século XIII e XIV.

O trovadorismo lusitano expressou-se em galego- português (língua da cultura da Península Ibérica)

Trovadores e Jograis:

Os poetas galego - portugueses dividem-se em trovadores e jograis. A diferença entre eles é mais social que artística. Os trovadores pertencem à nobreza, eram autores das composições, mas o trovador que cantasse era mal visto.

Os jograis pertenciam às camadas mais populares e executavam o serviço de canto (trova). Os bons jograis podiam compor e serem promovidos a trovador, mas era muito raro dado o fator do preconceito.

Dentre os trovadores galego-portugueses destaca-se D. Dinis (1261-1325) sexto rei de Portugal, neto de D. Afonso X. Fundador da Universidade de Lisboa (que depois passou a Coimbra) estimulou a agricultura, o comércio e as artes. Chamado “Rei Trovador” é autor de 138 canções que estão nos cancioneiros. A sensibilidade superior e o virtuosismo poético fazem  de D. Dinis um dos maiores poetas de toda literatura portuguesa.

Gêneros e Formas:

Os trovadores e jograis galego – portugueses deixaram composições do gênero lírico e satírico. Essas composições chamadas cantigas destinavam-se ao canto e à dança com acompanhamento instrumental (infelizmente as partituras perderam-se quase todas, somente as de Martin Codax foram preservadas).No Gênero Lírico temos:Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo.

Gênero Satírico, temos: Cantigas de Escárnio e Cantigas de Maldizer



Cantigas de Amor:

Origem Provençal (canção Provençal) forma típica de expressão do amor cortês (Octânica, coisas da Provença)

É gênero aristocrático de poesia feita para nobreza palaciana das cortes feudais. O mote central da cantiga de amor é a coita, expressa no contexto do amor cortês, o amor cortês implica vassalagem e platonismo, a coita é o sofrimento que decorre da impossibilidade de realização amorosa. O trovador coitado espera poder declarar-se a chamada a “senhor” e ser digno de um olhar, de uma palavra dela. O desejo erótico é sublimado, é camuflado em metáforas sutis. Ex: quando o poeta espera que a mulher possa “fazer bem” é que ela corresponda ao seu amor.

Cantigas de Amigo:

Das mais belas contribuições do lirismo galego –português. São canções Ibéricas com origem na cultura popular rural. As cantigas de amigo derivam de cantigas folclóricas em que sobrevivem ritos do paganismo, especialmente ligados à fertilidade. A natureza, sempre referida nessas composições manifestam-se na forma de metáforas eróticas.

Embora os autores sejam homens o eu lírico das cantigas de amigo são mulheres. Quem fala é uma mulher do povo, em ambiente doméstico, campesino ou  litorâneo. O centro temático é o amor da mulher pelo amigo(significa amante ou namorado)

Aqui a emoção é mais livre que nas cantigas de amor de forma que a sensualidade e o erotismo são mais evidentes.

As cantigas de amigo podem ser:

- de romaria, quando mencionam perigrinações  a santuários

-Marinhas e barcarolas , quando trazem temas marinhos ou fluviais

-Pastorelas quando desenvolvem temas bucólicos, em meio pastoril

-Albas quando a temática é o amanhecer,

-Serranilhas quando o tema refere-se à paisagens ou montanhas,

-Plang, cantiga de lamentação pela morte ou ausência do amigo.

Assim como as cantigas de amor, as de amigo também são compostas para canto e dança. Há presença de paralelismo  e refrão.

Gênero Satírico: O gênero satírico divide-se em Cantigas de Escárnio e de Maldizer, e refletem a vida boêmia da época fazendo contraponto entre  o ideal sublime das cantigas de amor e a sensualidade das cantigas de amigo.

Na sátira temos o mundo da malandragem, dos mexericos do qual todos participam, nobres, plebeus, cleros, mundanos,abadessas, senhoras, camponeses, jograis, todos humanizados com exposição de seus atos ridículos e degradados, desmascarados com apurado humor e cinismo.

Cantigas de Escárnio:

Sátira indireta, objeto é fazer crítica aos costumes, comportamentos e valores. A crítica é velada, não se identifica com a pessoa visada, isso é feito por subentendido.

Presença de ironia e ambiguidade para obtenção do efeito humorístico.

Cantigas de Maldizer:

A crítica é aberta com a identificação do nome da pessoa alvo de seus ataques, os temas são escabrosos e vazados em linguagem chula.

Nenhum comentário:

Postar um comentário